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Mensagem do Comitê de Jovens da ISP no Brasil por ocasião do Dia Mundial da Juventude

12 August 2016
A falta de políticas públicas para jovens em todo o mundo é reflexo da baixa representatividade da juventude nos espaços de decisão. Da mesma forma, uma vez que os detentores do poder almejam perpetuar seus privilégios em detrimento do interesse coletivo, a principal saída para a juventude participar da política é através da luta conjunta, pressionando e questionando as autoridades.

O protagonismo da juventude na atual conjuntura

O Comitê de Jovens da Internacional de Serviços Públicos (ISP) no Brasil aproveita o Dia Mundial da Juventude, definido pela Assembleia Geral da ONU para ser celebrado no dia 12 de agosto, para denunciar os obstáculos vividos pela parcela mais jovem da população no mercado de trabalho e estimular o protagonismo político da juventude.

Em um contexto de desigualdade social recorde no mundo e instabilidade socioeconômica em diversos países, evidentemente os setores mais vulneráveis da sociedade são os mais afetados. No mesmo sentido, a atual conjuntura política e econômica no Brasil acentua os problemas vividos pelos jovens: precariedade laboral e falta de oportunidades no mercado de trabalho e de mecanismos de ascensão profissional.

Acreditamos que a falta de políticas públicas para jovens em todo o mundo é reflexo da baixa representatividade da juventude nos espaços de decisão. Da mesma forma, uma vez que os detentores do poder almejam perpetuar seus privilégios em detrimento do interesse coletivo, a principal saída para a juventude participar da política é através da luta conjunta, pressionando e questionando as autoridades.

Muitos de nós já ouvimos companheiros mais antigos dizerem que em sua época os jovens lutavam mais, eram mais combativos e que os jovens de hoje são mais suscetíveis ao status quo. Porém, atualmente tem sido comum ver a juventude nas ruas defendendo melhores serviços públicos, saúde, educação, transporte público de qualidade e redução da tarifa.

Em 2015, os estudantes secundaristas ocuparam escolas para pressionar o governo estadual de São Paulo a tomar medidas concretas, lutando contra o desmonte do ensino público e a chamada “reorganização escolar”, que na verdade diminuía a promoção de escolas públicas. Durante meses de auto-organização e vontade, os estudantes desafiaram a polícia do estado mais poderoso do país, conferiram uma das principais derrotas ao governo paulista e inspiraram jovens de todo o país.

Este ano, diante do então iminente golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, os jovens novamente cumpriram o seu papel ao participar em massa da manifestação de 18 de março, um marco histórico neste momento delicado em que vivemos.

O golpe já foi consolidado, trazendo como consequências retrocessos e perdas de direitos, como severos cortes nos gastos com a educação – incluindo a suspensão de novas vagas para os programas de formação e para o financiamento estudantil –, mudança nas leis trabalhistas e reforma da previdência.

Diante da maior crise econômica, política e social que esta geração já presenciou, a juventude encara o desafio de ajudar a restabelecer a democracia, resistir e lutar por um país mais igualitário, com políticas públicas para toda a população. Por isso, é essencial que nos organizemos nos mais diversos espaços, com pautas conjuntas, visando pressionar os detentores do poder e ocupar mais os espaços políticos de decisão. Somente dessa forma será possível desenvolver as políticas que os jovens tanto precisam para ter uma vida decente, com boa formação e oportunidades no mercado de trabalho.